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O lançamento oficial e público da Década da ONU será no próximo Dia Mundial do Meio Ambiente - em 5 de junho de 2021. Esta será uma oportunidade única para alcançarmos milhões de pessoas em todo o mundo e para motivar outras a se envolverem na restauração de ecossistemas.
Mas o movimento para proteger e restaurar nossos ecossistemas já decolou! Em setembro de 2020 foi apresentada a estratégia e as orientações de uso de marca da Década da ONU. Desde então, todos e todas estão convidadas a atender ao chamado da Década e torná-la sua também. Use nossos recursos visuais e de comunicação em suas publicações, em seus espaços restaurados ou em seus produtos de comunicação. Conte sua história sobre a #GeraçãoRestauração e siga o que os outros estão fazendo. Leia sobre conhecimentos, notícias e o que pode ser feito para conservar e reavivar diferentes ecossistemas.
Esta Década não pode esperar mais um dia.
A #GeraçãoRestauração está aberta a todas as pessoas. Enfrentar nossos problemas ambientais globais significa restaurar ecossistemas que cobrem centenas de milhões de hectares. Isto exigirá uma grande mudança na forma como as sociedades percebem e valorizam os ecossistemas. Para alcançar esta transformação, cada ação conta, seja restaurando a vegetação nativa para um pátio escolar, gerenciando fazendas ou florestas de forma sustentável, ou protegendo todo um vale ou um estuário. Ajudar a sensibilizar, incentivar a participação da comunidade e fornecer recursos, mão-de-obra e conhecimento técnico são igualmente cruciais para iniciativas de todas as escalas. O website da Década da ONU e outras plataformas oferecem idéias, materiais e um ponto de encontro virtual para pessoas e organizações no intuito de ajudá-las a aderir e construir iniciativas de restauração em todos os lugares.
A Década da ONU visa acelerar as ações de restauração a fim de atingir os objetivos globais durante o período crítico dos próximos 10 anos. Qualquer pessoa que queira pegar o bastão em prol da restauração é bem-vinda. Uma consulta pública sobre a estratégia da Década da ONU atraiu mais de 2.000 comentários de governos, sociedade civil, pesquisadores, povos indígenas e comunidades tradicionais, organizações de jovens e outros em todo o mundo. A estratégia se concentra em três caminhos: construir um movimento global de restauração; aumentar a vontade política; e construir a capacidade técnica e financeira necessária para a restauração em escala.
As árvores são magníficas. Elas absorvem o carbono da atmosfera, protegem e fertilizam os solos, fornecem lenha e madeira e abrigam muitos dos animais, pássaros e insetos do planeta. O reflorestamento nos lugares certos é uma solução chave para a crise climática. Entretanto, todos os ecossistemas - desde savanas até áreas úmidas, desde os picos montanhosos até as profundezas dos oceanos - proporcionam funções valiosas e abrigam uma biodiversidade única. O plantio de árvores em campos naturais pode destruir mais do que cria. As turfeiras podem receber menos luz do que as florestas, mas armazenam ainda mais carbono e podem ser mais fáceis de restaurar. As turfeiras são os ecossistemas que mais sofreram nas mãos humanas, sendo que cerca de 85% delas já foram perdidas.
Os grandes investimentos governamentais que estão sendo realizados em resposta aos impactos gerados pela pandemia são uma oportunidade única de criar uma "economia de restauração" que proporcionará milhões de empregos em indústrias relevantes para o futuro e ajudará a colocar as sociedades humanas em um caminho sustentável. Economistas estimam que os benefícios da restauração podem exceder muitas vezes o custo do investimento. Parar a perda de habitats naturais também tornará menos provável o surgimento de mais doenças zoonóticas - infecções que se propagam dos animais para os seres humanos, como a COVID-19.
Seja plantando árvores, promovendo práticas agrícolas amigáveis ao solo ou projetando um regime de pesca sustentável, a restauração precisa de um planejamento cuidadoso. Qualquer iniciativa deve levar em conta fatores como o tipo de ecossistema e sua condição, as pressões que enfrenta, o acordo entre as partes interessadas sobre o que fazer, e os recursos e a experiência à sua disposição. Em muitos casos, o apoio das comunidades locais e dos povos indígenas e grupos em situação de maior vulnerabilidade, incluindo as mulheres, é vital. A restauração também pode ser alcançada por meio do apoio a projetos de conservação ou restauração já existentes, ou ainda, pressionando por políticas mais sustentáveis em todos os níveis de governo.
A restauração de ecossistemas traz tantos benefícios que pode tratar de várias questões ambientais urgentes ao mesmo tempo. A proteção e revitalização de sistemas naturais - como florestas tropicais ou manguezais costeiros - e outras soluções naturais poderiam fornecer um terço da resposta à crise climática. Cientistas climáticos identificaram a restauração como fundamental para limitar o aquecimento global em até 1,5 graus Celsius. A proteção das paisagens terrestres e marinhas garantirá o habitat de uma impressionante biodiversidade, desde baleias e elefantes até os mais pequenos micróbios. Ao apoiar a agricultura, a silvicultura, a pesca e muitas outras atividades, ecossistemas saudáveis sustentam a subsistência de bilhões de pessoas em todo o mundo, especialmente nos países em desenvolvimento. Eles são a chave para nossas esperanças de alcançar todos os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) até 2030, incluindo aqueles relativos à pobreza e à segurança alimentar e hídrica. A restauração pode prevenir conflitos e migrações desencadeados pela degradação ambiental.
A restauração de ecossistemas implica em apoiar na recuperação de ecossistemas que foram degradados ou destruídos, bem como na conservação dos ecossistemas que ainda estão intactos. Ecossistemas mais saudáveis, com maior riqueza na biodiversidade, produzem mais benefícios, como solos mais férteis, maior produtividade nas áreas de madeira e pesca, e maiores estoques de gases de efeito estufa. A restauração pode acontecer de muitas maneiras – por meio do plantio ativo, por exemplo, ou da remoção de pressões para que a natureza possa se recuperar por si mesma. Nem sempre é possível - ou desejável - devolver um ecossistema ao seu estado original. Ainda precisamos de terras agrícolas e infraestrutura em espaços que antes eram florestas, por exemplo, e os ecossistemas, assim como as sociedades, precisam se adaptar a um clima em mudança.
Os ecossistemas são a base da vida na Terra, e sua degradação por meio da conversão, sobreexploração, poluição e outros impactos representa uma ameaça existencial para a humanidade. Mais de 3,2 bilhões de pessoas já são afetadas pela degradação da terra. Para plantas e animais, a perda e degradação de habitats naturais ajudou a levar um milhão de espécies à extinção. Muitas das espécies de peixes comerciais do mundo são seriamente sobreexploradas. A mudança climática é um motor e um resultado da degradação de ecossistemas em uma espiral que ameaça acelerar nossa crise ambiental.
A Década das Nações Unidas da Restauração de Ecossistemas é um apelo para a proteção e revitalização dos ecossistemas em todo o mundo, em benefício das pessoas e da natureza. Ela visa deter a degradação dos ecossistemas e restaurá-los para atingir objetivos globais. Somente com ecossistemas saudáveis podemos melhorar a subsistência das pessoas, combater as mudanças climáticas e deter o colapso da biodiversidade. Acima de tudo, a Década das Nações Unidas da Restauração de Ecossistemas está construindo um movimento global forte e amplo para acelerar a restauração e colocar o mundo no caminho de um futuro sustentável. Ela começa em 2021 e vai até 2030, que é também o prazo final para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e a linha do tempo que os cientistas identificaram como a última chance de evitar mudanças climáticas catastróficas.