A restauração dos recifes de coral cada vez mais é introduzida como uma estratégia de gestão ativa para enfrentar o declínio global desse ecossistema. Em 2019, um relatório do Comitê ad hoc da Iniciativa Internacional para os Recifes de Coral (ICRI na sigla em inglês) revelou que a maioria dos países signatários da ICRI estão usando a restauração como um instrumento para conservar e proteger os recifes de coral. Também foi apontado que o financiamento e o apoio político são as principais forças motrizes para a implementação da restauração. No entanto, a análise dos mecanismos de financiamento para a restauração desse ecossistema é pouco precisa e sempre está acompanhada de outras estratégias de gestão dos recifes, como o trabalho de ampla conservação e as áreas de proteção marinha (PNUMA 2018). Para tratar dessa lacuna de informações, este relatório (em inglês) foi elaborado por meio da análise das tendências de financiamentos disponíveis destinados à restauração de recifes de coral nos últimos 10 a 15 anos, com um foco especial em como esse financiamento varia regionalmente e/ou quais são os tipos de projetos implementados.
Um estudo documental identificou 61 financiadores em potencial, além disso, uma pesquisa online reuniu perspectivas e informações de financiamento de 137 administradores e profissionais atuantes na restauração de recifes de coral. No total, US$258 milhões foram investidos em esforços de restauração de recifes de coral em 56 países na última década, o que é estimulante, mas ainda é uma parcela pequena dos US$1,9 bilhão reportados entre 2010 e 2016 para esse ecossistema e outros associados (PNUMA et al. 2018). Entre as principais constatações destacam-se: 1) o financiamento para a restauração dos recifes de coral tem sido dominado por subsídios governamentais e investimentos do setor privado, 2) existem diferenças regionais no financiamento que ressaltam as disparidades entre nações desenvolvidas e em desenvolvimento, e 3) o cronograma de financiamento é dominado por subsídios de curto prazo que muitas vezes são inadequados para apoiar os esforços de longo prazo de restauração dos recifes de coral.
Nesse sentido, um conjunto de seis recomendações essenciais foi elaborado para melhorar o financiamento da restauração dos recifes de coral:
- Um aumento na quantidade e disponibilidade de fundos dedicados para a restauração de recifes de coral é necessário conforme iniciamos a Década das Nações Unidas da Restauração de Ecossistemas.
- Os financiadores precisam prestar contas das metas de curto e longo prazo relativas à restauração dos recifes de coral.
- Há necessidade de mais pesquisas sobre o financiamento sustentável para a restauração de recifes de coral.
- A acessibilidade do financiamento precisa ser melhorada.
- O financiamento para a restauração dos recifes de coral deve apoiar mais a capacitação.
- A comunicação sobre as realidades da restauração dos recifes de coral deve ser melhorada.